quarta-feira, 23 de março de 2011

- Red Moliro (Ciclídeo Africano)



Os Ciclídeos Africanos são uns dos peixes mais populares entre os aquariofilistas hoje em dia, essa fama se deve em grande parte pelo aspecto exuberante das espécies em termos de cores e comportamentos. Habitantes de águas com a dureza elevada e pH alcalino, os Ciclídeos Africanos em sua grande maioria são extremamente territorialistas, defendem o território estabelecido com tamanha voracidade que quase sempre mortes são inevitáveis em aquário sub-dimensionados e conseqüentemente mal planejados.

Red Moliro :

Nome popular: Red Moliro.
Nome científico:
Tropheus sp. Red.
Família:
Cichlidae
Origem:
África - Lago Tanganyika (Tropheus).
Características:
Corpo marrom bastante avermelhado, quase um vermelho escuro. Suas escamas são grandes e levemente debruadas de um tom mais escuro, o que forma um lindo efeito de “grade” no seu corpo. Uma finíssima linha sai bem arqueada por detrás dos olhos e vai quase ate o final do corpo.
Barbatanas do mesmo marrom avermelhado, sendo que a anal e o final da dorsal, apresentam nas bases um tom esbranquiçado.
Sociabilidade:
São muito agressivos e territoriais. Para minimizar um pouco isso deve ser mantido em grupos grandes, com mo mínimo sete indivíduos. Não costuma dar problemas com peixes de outra espécie.
Ph:
De 8,5 a 9,0º.
Gh:
De 11 a 17 dH.
Kh:
De 11 a 15 dH.
Temperatura:
24º a 27ºC.
Tamanho adulto:
Aproximadamente 13 cm.
Alimentação:
Herbívoros, aceitam muito bem alimentos industrializados como flocos e grãos, desde que sejam a base de vegetal (spirulina por exemplo). Espécie sujeita ao Bloat.
Reprodução:
Incubador bocal maternal. Dura aproximadamente 21 dias.
Dimorfismo Sexual:
Praticamente impossível distinguir, a não ser por exames internos dos genitais.


Plantas X Ciclideos:

 Com a crescente popularização dos aquários plantados, os aquaristas que gostam de plantas e possuem ciclídeos africanos do chamado vale do Rift, dos lagos Malawi, Tanganyika e Victoria sempre se perguntam "como seria um aquário plantado de ciclídeos africanos?".
Primeiramente, é errado dizer que um aquário de ciclídeos africanos não pode ter plantas. Não é bem assim. Existe uma dificuldade e mais que isso uma incompatibilidade de uma grande quantidade de plantas usadas no hobby com os aquários de ciclídeos africanos, mas é possível ter algumas espécies de plantas junto com os seus CA's.Uma das mais utilizadas é a Vallisneria, Elódeas, Rabo de Raposa e Anúbias, que são facilmente encontrada em lojas de aquarismo.
 Algumas espécies de ciclídeos africanos costumam ter o hábito de escavar o substrato, para fazerem suas tocas para desova ou ritual de acasalamento. Por causa disso, não podemos por exemplo fazer uso de camadas de substratos férteis, pois a escavação iria mover parte desta camada fértil para a coluna d'água, e o problema seriam as algas. Fora que o próprio ato de escavação iria fatalmente arrancar várias plantas, requerendo um replantio frequente e ao arrancar as plantas elas ficarão danificadas.
O substrato mais recomendado para aquários de ciclídeos africanos é algum tipo de areia – seja calcita, aragonita ou mesmo areia de rio. Quando usamos um substrato de granulometria mais alta ou mesmo cascalho de rio comum num aquário de ciclídeos africanos, criam-se espaços entre esses grãos maiores e pedregulhos, que facilita a retenção de sujeira nesses locais, o que faz com que a amônia total suba, e a amônia não-ionizada (NH3-, íon amônia) se torna bem mais tóxica em níveis de pH mais altos como os presentes nos aquários de ciclídeos africanos.

Parametros da Água:

Os lagos do vale do Rift possuem uma condição toda especial em relação aos parâmetros químicos de suas águas. A água desses lagos tem uma dureza alta e o pH é bastante elevado, especialmente no caso do lago Tanganyika onde a média de pH é em torno de 8,4. Por causa disso, plantas que são de ambientes de água neutra ou ácida muito provavelmente não se adaptarão.

Iluminação:

Normalmente um aquário de CA's não requer iluminação, que é usada para efeitos puramente estéticos. Se você está disposto a tentar criar algumas plantas, teria de ou optar por plantas que não requerem iluminação forte ou então ter gastos desnecessários

Valisnérias:

As valisnérias costumam ser muito usadas, embora o sucesso como em todas as outras espécies não pode ser dado como 100% garantido, principalmente no quesito "alimentação".

Anubias:

Anubias costumam tolerar o ambiente alcalino e como não precisam de iluminação, tendem a se desenvolver bem.

"Rabo de raposa" (Ceratophillum demersum):

Por serem plantas resistentes, também podem funcionar. Essas podem ficar enterradas no substrato sem perigo de serem danificadas ao serem arrancadas, mas isso vai acontecer com frequência. É preciso paciência para ir recolocando todas no lugar, dependendo do temperamento e atividade dos seus peixes.

Elódeas (Egeria densa e Lagarosiphon major)

As elódeas por terem crescimento rápido e fácil e serem menos frágeis ou exigentes podem ser usadas, especialmente a Lagarosiphon major, que é inclusive chamada de "Elódea Africana", e é nativa dos grandes lagos, e essa tem melhor rendimento que a elódea "comum".

Filtragem:

A filtragem, deverá ser muito bem dimensionada, tendo como base o uso de filtros externos do tipo Canister ou HangOn (aqueles que ficam pendurados na borda do vidro). A vazão do filtro deverá ser entre 6X a 10X por hora, o valor bruto de água do tanque.
Exemplo : se você possui um tanque de 200l, o fluxo da filtragem deverá ser entre 1200 a 2000 litros por hora.
Opte pelo uso de 2 filtros, ficará melhor dimensionada sua filtragem. Opte ainda por filtros potentes, já que CAs comem muito,e conseqüentemente liberam mais dejetos, que se acumulam rapidamente no tanque e deverá ser removido pelos filtros, já que comumente não usamos plantas neste tipo de montagem. O uso do filtro do tipo SUMP, também é muito bem-vindo neste tipo de montagem.

Alimentação:

A dieta é de extrema importância para ciclídeos africanos. Uma dieta ministrada incorretamente levará a diversas doenças, entre elas a temida "Malawi Bloat". Uma dieta balanceada com 90% vegetal + 10% animal é indicada a maioria dos peixes, exceto peixes estritamente herbívoros.
Eles podem ser separados em quatro grupos:
- Predadores: Dieta carnívora;
- Micro-predadores: alimentando-se de pequenos peixes, invertebrados e plâncton;
- Onívoros: Dieta carnívora e herbívora;
- Herbívoros: Dieta a base de vegetais;
No caso do Red Moliro, eles necessitam de uma dieta EXCLUSIVAMENTE vegetal.

Agressividade:

Quase 100% das espécies de CAs são territorialistas e intolerantes com membros da própria ou outras espécies. Quando inseridos no tanque, ou mesmo em seu habitat natural, existe uma forte hierarquia social entre a mesma espécie ou mesmo entre espécies diferentes, onde sempre poderá haver um macho hiperdominante de comportamento mais agressivo, perseguindo a todos que se aproximarem, mesmo fora da época de desova.
Entre peixes da mesma espécie, sempre haverá um macho dominante, que não tolerará nenhum outro macho de sua espécie no tanque, chegando a matá-lo. Esta hierarquia poderá ser quebrada quando houver desova, já que o macho e a fêmea ficarão mais agressivos com demais peixes nesta época. É sempre aconselhável montar um harém com um trio (um macho e duas fêmeas) ou um macho para três ou mais fêmeas.

A agressividade está ligada e 3 fatores principais: reprodução, coloração e alimentação. Para controlarmos ou amenizarmos a agressividade devemos manter o mínimo de machos possíveis, criando verdadeiros haréns; espalhar muitas rochas formando diversas tocas; fornecer alimentos 2 ou 3 vezes ao dia; em alguns casos baixar a temperatura próximo a 25ºC para diminuir o metabolismo do peixe;

Doenças:

Malawi Bloat
A "Malawi Bloat" é causada principalmente quando ministrada dieta alimentar incorreta aos peixes, quando exageramos na quantidade de sal adicionado na água, tentando simular seu ambiente natural ou quando o peixe fica muito tempo exposto a água de baixa qualidade (pH e temperatura incorretos, intoxicação por elementos como amônia/nitrito).
O sintoma primário desta doença, é a perda total do apetite e considerando que CAs são "fominhas", será fácil não observar. Apenas atente para que não se trate de uma fêmea que esteja carregando ovos, já que quando esta entra nesta fase, não se alimentará, podendo ser confundido com a doença. Secundariamente o abdome do peixe ficará inchado, similar à comum Hidropisia nos Anabantídeos.A respiração ficará ofegante e o peixe ficará parado rente a superfície ou substrato.Podem haver fezes brancas e manchas vermelhas próximo ao ânus.
Esta doença tem tratamento, desde que sejam tomada medidas no estágio inicial da doença. Se o peixe apresentar 2 ou mais sintomas acima, o peixe dificilmente se recuperará, já que os danos atingiram zonas vitais como fígado, rins e bexiga natatória, podendo vir a falecer entre 24 horas à uma semana.
O tratamento consiste no uso de um bom bactericida. Se notar que o peixe não está se alimentando, isole-o em um aquário hospital , com forte areação (use um filtro de espuma) e mantenha a temperatura próxima a 30ºC ,constantemente. Ministre um bom bactericida e efetue trocas parciais diárias de 30%, tomando cuidado com a água de reposição, que deverá estar igual a do tanque. Persista no tratamento até o peixe voltar a ter seu apetite e apresentar aspecto saudável.


No mais desejo uma excelente sorte para vc aquarista que deseja criar essa belíssima expécie.
Espero ter ajudado e solucionado algumas das suas dúvidas quanto à esse peixe.




Aquarismo

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