quarta-feira, 3 de agosto de 2011

- Entendendo mais sobre o Acará - Disco


Acará-disco é o nome comum atribuído a todas as espécies catalogadas como pertencentes
ao gênero Symphysodon.
Certos aquaristas entendem que, na verdade, todos os discos fazem parte de uma mesma
espécie, uma vez que conseguem reproduzir-se entre si, produzindo filhotes férteis durante gerações
consecutivas.
Os discos amadurecem, isto é, tornamse aptos para a reprodução, a partir de um ano
de idade. Quando em cativeiro, esta espécie apresenta grande dificuldade de reprodução e
de criação dos filhotes. Entretanto, é possível obter sucesso, se forem respeitadas as
exigências ambientais e alimentares desses animais.
O ritual de acasalamento começa com uma corte pacífica, em que o macho gira em frente e
em torno da fêmea (é necessária muita atenção para acompanhar esse rito). Em seguida, o casal
escolhe um local escondido e escuro, em que vão ser depositados os ovos. Nessa área, realizam uma
limpeza completa, removendo todos os pedregulhos e detritos.
A desova demora cerca de uma hora e, logo depois de o macho fertilizar os ovos, o par
mantém constante agitação da água em torno deles, abanando-os com as nadadeiras, para garantir a
oxigenação necessária. É bastante freqüente a contaminação dos ovos por fungos, entretanto, todos
aqueles que forem infectados serão devorados pelo par.
Depois da eclosão dos ovos, os filhotes fixam-se em alguma superfície, em que permanecem
presos por cerca de três dias. Nesse período, é muito importante observar o comportamento dos
pais, que podem devorar os filhotes, no caso de não estarem bem alimentados.
Outro fator que aumenta a taxa de mortalidade dos filhotes é a insuficiência do muco
epitelial, produzido pelos pais, uma vez que este é o nutriente exclusivo nos primeiros dias de vida.
Entretanto, isso pode ser sanado com dietas especiais.
Criadores de discos salientam que o sucesso na reprodução entre os espécimes nascidos em
cativeiro é bem maior do que no de animais coletados em seu habitat natural.
As variedades criadas e melhoradas geneticamente em cativeiro apresentam tonalidades bem
vivas, como se pode ver nas subespécies verdes, azul-cobalto, azul-turquesa, azul-royal, vermelhas e
mistas.




Os acarás-disco apresentam bom comportamento em aquários exclusivos, com apenas
exemplares de sua espécie, e convivem bem igualmente em aquários mistos.
Entretanto, não se recomenda coloca-los na convivência de peixes muito pequenos, que
podem ser devorados, nem dos muito agressivos e ativos, uma vez que os discos se assustam
facilmente e podem se intimidar, recusando-se a receber alimentação e, portanto, ficando mais
suscetíveis às doenças.
Esta espécie não tolera qualquer tipo de poluição ambiental; por isso, recomenda-se que
um quinto da água seja trocada regularmente; o uso de filtração contínua (com turfa e carvão)
também auxilia na manutenção das boas condições da água.
Uma das espécies que tem facilitado muito a vida dos aquaristas é um acará-disco vermelho, trazido
do Oriente. É conhecido como “red dragon” ou “pigeon Blood”, pelas suas características de fácil
reprodução.
Red.

CRIANDO OS DISCOS:

Alguns autores aconselham que seja usada na criação de discos água estéril, ou seja, uma
água sem microorganismos. Para que se consiga esta água, eles utilizaram luzes ultra violeta ou
ozonizadores. Estes autores aconselham ainda que o aquário não tenha areia nem planta e que os
restos de comida sejam retirados diariamente por sifonagem. Mas outros autoresjá
conseguiram manter seus discos em aquários sob outras condições, tais como uso de filtro biológico
e plantas tais como as ceretopteris, hygrophila, valisneria, além de água limpa, neutra e pobre em
calcário.
Vamos, portanto, sem desprezar as opiniões diversas sobre o assunto, falar mais
detalhadamente da criação de discos com filtros e plantas.


O DISCO SE IRRITA COM FACILIDADE

Os discos são peixes, que apesar de calmos, por natureza, podem se irritar facilmente. Sendo
assim, por via das dúvidas, vamos lhe dar um conselho. Crie seus discos sozinhos, sem a companhia
de peixes de outras espécies. Algumas espécies de peixes, mesmo as mais calmas, podem causar no
disco um tipo de comportamento muito estranho: em dado momento ele pode enfurecer, começar a
nadar velozmente de um lado para outro, bater nos vidros e até ficar em um canto do aquário com
a parte inferior do corpo voltada para cima. Esse comportamento pode acontecer uma vez e não se
repetir mais, mas há casos de peixes que se comportam assim muitas vezes chegando até a
morrerem. Por outro lado, isso já foi notado até com discos que viviam sozinhos no aquário, não se
sabendo até hoje porque o peixe age assim.

DIMENSÕES E ACESSÓRIOSDO AQUÁRIO
Um aquário ideal para discos deve ter 100 litros de água, ou mais. As proporções de um
aquário de 100 litros são: 70cm de comprimento, 35cm de largura e 45 cm de altura. Nele você
terá o espaço necessário para criar um casal de discos adultos ( com cerca de 15 cm de diâmetro) ou
6 discos jovens. Esse aquário deve ser equipado com filtro biológico e, por cima deste, cascalho de
rio não alcalino. Sob a areia, e entre os canos do filtro biológico, coloque pequena quantidades de
argila e xaxim em barras para servir de substrato para que as plantas cresçam.
A iluminação pode ser do tipo gro-lux e luz do dia. Lâmpadas incandescentes podem ser
colocadas, nos casos de plantas que não estejam se desenvolvendo bem.
O uso do filtro externo, para que se obtenha uma água limpa, é muito importante. O material
filtrante deve ser trocado quinzenalmente. Fazem parte ainda do equipamento um termostato e um
aquecedor.

ESCOLHENDO UM BOM EXEMPLAR
Existem duas espécies de acarás disco: o Symphysodon discus (Heckel) e o Symphysodon
aequifasciata, esta última constituída de três subespécies: a S.a.aequifasciata (Pellegrin), a S.a.
Haraldi (Schultz) e a S.a. axelrodi (Schultz). A compra de um acará disco é realmente uma aventura,
isto porque, a maioria dos exemplares chegam em más condições e freqüentemente doentes.
Algumas lojas, no entanto, tem se preocupado com tal problema, fornecendo peixes em melhores
condições. De qualquer forma, daremos agora alguma dicas para que você, ao comprar um
exemplar, verifique se ele está em bom estado de saúde.

                                       
1- Observe bem o colorido do peixe. Exemplares mais escuros não deverão ser adquiridos.
As listras iridescentes (horizontais) devem estar brilhantes e não apagadas.
2- As nadadeiras deverão estar abertas e os olhos brilhantes.
3- A parte superior da cabeça e o abdômen deverão estar roliços e nunca escavados (isso
significa que o peixe está recusando alimento há muito tempo). Verifique se o peixe se interessa por
comida e se estão aceitando tubifex.
4- Se você está pensando em promover a procriação de discos, é óbvio que você compre um
casal. O que não é tão óbvio é diferenciálos, pois macho e fêmea são muito semelhantes. Apesar
disto, na loja você pode ter sorte e conseguir um casal. Para tanto, observe se existem dois peixes
juntos em um canto do aquário, espantando os demais. Isso pode significar que esses dois são um
casal. Outraforma prática, mas um pouco mais custosa, é que você compre seis discos e jogue com
probabilidades: espere que cresçam e que, pelo menos dois deles se acasalem.


TRANSPORTE E ALIMENTAÇÃO

O transporte do disco deverá ser feito em um saco plástico escuro. Ao chegar em casa, você
deve colocar o saco fechado dentro do aquário e esperar cerca de 30 minutos para solta o peixe. Isso
é importante para que ele se acostume com a temperatura da água do aquário. A seguir, solte o
peixe, abrindo lentamente o saco, isto com a luz do aquário e se possível do cômodo desligadas.
Não queira alimentar seu peixe no primeiro dia, a não ser que você disponha de alimentos vivos. Os
discos são muito exigentes com alimentação, dando preferência aos alimentos vivos como as
dáfnias, vermes e larvas de mosquito, este último seu prato predileto. O tubifex deverá ser evitado
no cardápio do disco, por ser um alimento muito contaminado. Caso você não disponha de tais
alimentos, poderá substitui-lo por coração de boi conservado em geladeira e oferecido em pedaços
do tamanho da boca do peixe. No início eles poderão recusar este alimento mas, em breve,
começarão a procurar pedaços no fundo do aquário.
A temperatura da água deve ser mantida entre 26 e 32 graus Celsius.


LIMPEZA, ILUMINAÇÃO ECOMPORTAMENTO

A limpeza do aquário é um ponto importante e você deverá retirar os detritos por sifonagem,
uma vez por semana. Ao fazer a sifonagem, retire cerca de 25% da água, repondo esse volume em
seguida, com água envelhecida por 3 dias e na mesma temperatura da água do aquário.
O aquário de discos deverá receber luz,cerca de 12 a 18 horas por dia.
É bom que você saiba que alguns peixes são às vezes marginalizados por outros
companheiros de aquário. Eles, então, se isolam em um canto, freqüentemente machucados pelas
brigas e recusam a alimentação. Estandomuito fracos, estes peixes podem facilmente contrair
doenças, por serem alvo fácil dos inúmeros organismos patogênicos existentes na água. Portanto,
muito cuidado com as brigas em que seus discos possam se envolver.


PRINCIPAL DOENÇA E TRATAMENTO

Uma doença comum aos discos e, também, ao acará-bandeira é o aparecimento de vários
orifícios na parte superior da cabeça, que vão aumentando com o tempo, em número e tamanho. Em
certos casos há a formação de uma substância branca que sai desses orifícios. Essa moléstia é tida
como incurável.
Para obter uma reversão no processo da doença, isola-se o peixe doente em um
aquário, com 4 gramas de sal grosso por litro. Essas 4 gramas foram adicionadas em duas vezes,
com intervalos de dois dias entre uma dose e outra. O peixe deve ser mantido nessa água até a
melhora, a uma temperatura de 35 graus, e com alimentação abundante. Esse tratamento pode ser
usado na maioria das doenças pois, geralmente, ele adoece por estar mal nutrido. Seguindo essas
dicas você terá sucesso na criação do disco.


ADQUIRINDO DISCOS:

Se você vai experimentar discos pela primeira vez em seu aquário e está receoso de perdelos,
considere a aquisição de uma variedade mais rústica e menos cara. Se você conseguir criar estes
peixes até a idade adulta, poderá então passar para linhagens mais exóticas. Assim, se algum erro for cometido no inicio, é possível estudar mais para corrigí-los.
Adquira de preferência peixes juvenis (3 a 4 cm de tamanho) pois estes se adaptam mais
facilmente a qualquer tipo de alimentação, são mais fáceis de transportar, mais disponíveis em
número no mercado da aquariofilia e mais baratos no seu custo. Os peixes adultos, apesar de já
possuírem toda a coloração definida, não aceitam tão bem uma alimentação diferente daquela a que
estão acostumados, e seu preço, dependendo do tamanho e da variedade escolhida, costuma ser duas
a dez vezes maior que os mesmos exemplares juvenis. Os discos crescem depressa, e se o aquarista
for paciente, em nove meses eles atingem a maturidade
sexual e a idade adulta.
Os discos são peixes de cardume, de maneira que não devem ser mantidos sozinhos. Os
criadores de ciclideos usam o número seis como a quantidade mínima para se obter um par ou casal,
mas, com sorte, você pode até conseguir três. Normalmente, em um pequeno grupo como este, logo
se estabelece uma hierarquia social, com indivíduos dominantes exercendo a sua agressividade
sobre os dominados. A adição posterior de um novo espécime ao grupo costuma causar a sua
segregação pela maioria, que chega até em certos casos a infligir danos físicos ao recémchegado,
relegando-o a um canto do aquário e condenando-o à fome. Este comportamento é
normal, e a retirada deste dominante costuma apenas eleger um outro à mesma sorte. Mas você não
deve deixar as coisas chegarem a este ponto: a situação pode ser amenizada com a introdução do
novo disco à noite, rememorando o aquário se necessário, para melhorar as suas chances de
aceitação.
Adquira peixes saudáveis. Evite discos que exibam os seguintes sinais: que estejam escuros,
parados num canto do aquário, com respiração ofegante, que tenham o ventre afundado ou a região
da cabeça acima dos olhos emagrecidas, com a quilha frontal saliente; que carreguem fezes
gelatinosas ou brancas difíceis de se soltarem, indicativo de doença geralmente causada por
protozoários intestinais; que tenham pequenos buracos na cabeça e na face, indicativo de extrema
deficiência nutricional; que arremetam e se esfreguem contra qualquer objeto dentro do aquário,
sinal de que são portadores de parasitas de pele ou de brânquias; ou que possuam olhos com um
tamanho exagerado em relação ao corpo, indicativo de que foram hormonados para intensificação
das cores.
Os discos saudáveis investem para quem se aproxima do aquário, procurando por comida; os
seus olhos são transparentes, a respiração regular, o comportamento curioso, as cores vivas, as
nadadeiras bem abertas.


                                            
ACLIMATAÇÃO

Os discos devem jejuar por algumas horas antes e depois de viajarem, para evitar problemas
digestivos e diminuir os produtos do seu metabolismo, minimizando a poluição da água de
transporte. Dependendo do número e tamanho dos espécimes, e ainda do tempo de trânsito, deve-se
suspender a alimentação por um período que varia de 12 a 48 horas. Os discos devem ser
transportados em sacos plásticos com água e oxigênio, devidamente acondicionados em caixas de
isopor ou papelão. Não devem ser usados produtos químicos para oxigenar a água dos sacos, pois
estes danificam a mucosa dos discos, mas um agente comercial protetor de muco pode ser
adicionado à água de transporte.
Tenha cuidado e evite choques de temperatura e pH quando da aclimatação ou transferência
dos discos. Coloque os sacos boiando na água do seu aquário durante quinze minutos para as
temperaturas se igualarem; em seguida, abra os sacos e adicione água do
aquário gradualmente, bem devagar, na razão de 25% do volume inicial a cada quinze minutos.
Ajuste o pH com no máximo 0,2 unidades de diferença, e quando tiver alcançado isto, retire
cuidadosamente o peixe com um puçá e coloque-o no aquário, descartando a água do saco.
Caso haja cloro, remova-o da água do aquário, adicionando algumas gotas de solução à base
de tiossulfato de sódio (anti-cloro) disponível no comércio. Se você colocar seus discos em um
aquário que não teve tempo de maturar o filtro, use o teste de amônia regularmente e faça trocas
diárias de água. Procure inocular o seu filtro com substrato que contenha bactérias nitrificantes. O
recomendado é colocar os discos num aquário cujo filtro já se encontre funcionando há pelo menos
um mês. Todos os discos recémadquiridos devem passar por um período de quarentena de pelo
menos três semanas antes de os colocar num aquário já estabelecido com outros peixes.

O AQUÁRIO DE DISCO

Os discos são peixes de médio porte e necessitam de aquários de capacidade adequada ao
seu tamanho. Num volume mínimo de 100 litros você pode ter no máximo uns oito discos juvenis
de 4 cm de tamanho, e se quiser que eles cresçam bem, este número terá que ser reduzido com o
passar do tempo. O ideal é providenciar um aquário de mais capacidade, com um volume útil de
150 a 300 litros.
Os criadores de discos mantém seus peixes em aquários sem areia, plantas ou qualquer tipo
de decoração, a não ser um cone de barro ou tubo de plástico para desova, pois fica mais fácil os
casais localizarem suas larvas. Além disso, facilita a higiene e a manutenção do aquário,
economizando tempo e trabalho para quem possui dezenas deles. No entanto, um aquário bem
ornamentado é o prazer de muitos aficionados do hobby da aquariofilia, e para estes é triste a idéia
de colocar peixes tão belos e nobres em aquários vazios como os descritos. Devido à natureza
tímida dos discos, e à água morna de que necessitam, existem alguns truques para se conseguir um
aquário comunitário bem balanceado.



PLANTAS E PEIXES COMPATÍVEIS

Se você deseja plantas vivas, aquelas que agüentam temperaturas altas são as mais indicadas.
As recomendadas incluem as espadas , todas as espécies de Echinodorus, todas as espécies de
Vallisnérias, etc... Eu adicionaria ainda à lista todas as espécies de Anúbias, em particular a barteri.
Estas plantas podem ser plantadas em potes ou enterradas no substrato, ou ainda, inseridas em
buracos dos troncos ou madeiras decorativas.
Na seleção de outras espécies de peixes para conviverem com os discos, é melhor escolher
espécies não agressivas e que possam tolerar as altas temperaturas em que vivem os discos.
Espécies compatíveis são os pequenos tetras, como os neon, os cardinais, etc... Os ciclídeos anões
também convivem bem com os discos, assim como todas as espécies de corydoras, que auxiliam,
ainda na limpeza dos detritos do fundo do aquário. E se você pretende uma exibição realmente
exótica, uma raia de água doce pode ser mantida com discos adultos, desde que estes sejam maiores
do que aquela, no tamanho. As raias são únicas no fato de que compartilham poucas doenças com
os peixes ósseos, mas costumam devorar peixes do tamanho dos tetras, além de aumentarem de
tamanho rapidamente. O acará-bandeira não é espécie compatível, pois é agressivo e portador
freqüente de parasitasses que são fatais aosdiscos.
Como última recomendação, não coloque as outras espécies de peixes compatíveis no
aquário antes dos discos, para que estes possam estabelecer seu território.
Assim, os novos peixes que chegarem serão os intrusos, e os discos continuarão a reinar no aquário,
em vez de serem intimidados.

ALIMENTANDO OS DISCOS

Os discos devem receber uma dieta balanceada constituída pôr alimentos congelados, secos
e vivos. As misturas congeladas incluem carne de coração de boi ou de peru moídas, ou ainda,
camarão e
suplementos vitamínicos e minerais. Os discos adoram vermes brancos, náuplios e artemias
salina. Os alimentos liofilizados e secos deverão ser previamente umedecidos, pois os discos
relutam em pegar comida que flutua na superfície.
Alimente os peixes tão frequentemente quanto possível, pois o alimento se converte em
crescimento. No entanto, lembre-se que a água do aquário é facilmente poluída com excessos.
Como referência, alimente os discos pelo menos duas vezes ao dia, de manhã e à tarde, e
remova o excesso de alimento após as refeições. A carne de coração e camarão se deteriora muito
rapidamente se não for consumida; já os alimentos vivos podem permanecer no aquário tanto tempo
quanto durarem. Evite, no entanto, os vermes do gênero tubifex, pois são vetores de doenças e
encontram-se frequentemente contaminados por metais pesados.
A ausência de apetite de alguns discos pode ser quebrada com o oferecimento de alimentos
vivos. Não existe um acará-disco que não nade atrás de uma artemia que se movimenta na sua
frente. O alimento estimula o apetite ainda mais se for oferecido na presença de outros discos que
comem avidamente.


QUALIDADE DA ÁGUA

A verdadeira chave para a boa manutenção dos discos é a qualidade da água. Os discos
vivem melhorem temperaturas que vão de 28 a 30 graus, com um ideal de 29 graus centígrados.
Abaixo de 26 graus eles perdem a resistência a doenças. O pH pode se encontrar na faixa de 5 a 7,
com um ideal em 6. A dureza, de 0 a 60 p.p.m., e a condutividade de preferência abaixo de
100uS/cm. A amônia e os nitritos devem ser inexistentes, e o nível do nitrato não deverá ultrapassar
os 15ppm. Este último parâmetro, além de poder ser monitorado mediante um kit comercial de
análise, pode ser controlado através de trocas de água periódicas e a remoção dos restos de
alimentos e fezes. Uma regra de ouro são as trocas parciais de água do aquário de 25 a 50% do seu
volume uma a duas vezes por semana, e o sifonamento manual dos detritos ou mediante um sistema
de filtragem adequado. Para facilitar o trabalho, voce pode usar areia bem fina no fundo, em vez do
tradicional cascalho, pois ela tende a manter os detritos na sua superficie. A sujeira pode então ser
removida mediante uma ligeira corrente provocada por uma bomba submersa. O truque para isto é
obter uma corrente circular forte o suficiente para mover os desperdícios mas não a areia, a nível do
fundo, até à captação do pré-filtro do aquário. A corrente circular pode ser criada pelo
posicionamento de jatos de água tangenciais à superficie, com um último apontando para baixo, ao
longo do vidro vertical do aquário. Os primeiros empurram a água horizontalmente de um lado para
o outro, no sentido longitudinal, enquanto o outro empurra para baixo, estabelecendo a corrente
circular. Os discos se adaptam muito bem a correntes de água desde que elas não sejam tão fortes a
ponto de moverem o substrato ou objetos decorativos dentro do aquário.
O filtro biológico, independente do tipo a ser utilizado segundo a preferência ou a
adequabilidade, deverá reduzir toda a amônia e nitritos para nitratos. A cama de bactérias
nitrificantes se expande e contrai de conformidade com o abastecimento de alimento, que é
fornecido pelos peixes, como uréia, fezes, dióxido de carbono e restos de comida. Assim, a
densidade de povoamento dos peixes no aquário tem um efeito direto na expansão ou contração
populacional das bactérias. Normalmente são necessários pequenos volumes de filtro para se
nitrificar um aquário, e se quantidades adequadas de oxigênio são fornecidas para as bactérias, toda
a amônia é convertida para nitrato. No entanto, o kit de análise de amônia é a referência que mostra
a partir de que momento um filtro adicional ou uma troca de água podem ser
necessárias.
Considere sempre a redundância no equipamento essencial de suporte de vida: aquecedor,
aerador e bombas de água sempre com potências superiores ao necessário, de maneira que os peixes
possam sobreviver em caso de falha. É tolice perder um aquário de discos caros por causa de um
aquecedor ou bomba baratos, de pouca qualidade. Não espere que um aquecedor de 50 watts tenha o
mesmo desempenho que um de 250, ou que uma bomba de 20 litros por hora tenha o mesmo fluxo
de uma de 150. A filtração contínua permite também uma manutenção e limpeza mais fáceis do
aquário, além de evitar flutuações constantes nos nívieis de amônia e dos outros parâmetros de
qualidade de água.

PROBLEMAS

Se a qualidade da água for mantida em níveis ótimos e se apenas co-habitantes pacíficos
forem mantidos com seus discos, voce não deverá experimentar nenhum problema com eles.
Lembre-se, no entanto, que a prevenção é o melhor remédio. Manter o aquário livre de comida não
consumida, de material fecal e outras sujeiras é extremamente importante para a saúde dos seus
peixes. Um aquário limpo diminui as chances de infecções parasíticas ou bacterianas, e mantém o
nível de nitratos baixo. Mas no caso em que a prevenção não foi suficiente, e os seus peixes ficaram
doentes, você vai precisar de uma boa dose de calma e paciência. Calma para fazer um diagnóstico
adequado e escolher o remédio certo, e paciência para o tratamento e a completa recuperação dos
seus peixes. Os discos são acometidos geralmente por infecções bacterianas e viróticas, infestações
de parasitas causadas por protozoários flagelados, vermes nematóides e platelmintes, e por toxidez
ou envenenamento. Esta distribuição de tipos de doenças nos discos corresponde normalmente
àquela de outros peixes ornamentais, o que indica que o estabelecimento das mesmas necessita de
fatores que predisponham a sua manifestação. Isto quer dizer que elas podem ser evitadas com boas
condições de manutenção.


CONCLUSÃO

A manutenção dos discos pode ser mais fácil do que você imagina. A verdadeira chave é a
qualidade da água. Não dê alimentos demais, mantenha o nível de nitratos baixo e o aquário limpo,
livre-os de situações de estress dando-lhes imunidade para lidarem com nossos descuidos, e não
faça nada para impedir os seus próprios esforços de levarem para a frente o seu destino. E
surpreenda-se assistindo seus discos crescerem, se reproduzirem, e a lhe darem muitos anos de
aprendizado e entretimento.

DISCOS NERVOSOS

O autêntico disco é digno de ser observado, embora em alguma ocasiões o meio ambiente
lhe provoca um temor que o torna menos elegante.
O cuidado e alimentação dos discos supõe, ainda hoje, uma experiência apaixonante para os
aquariófilos. Não obstante, podem surgir múltiplos problemas.
Vamos abordar um destes problemas, o aumento da timidez nestes peixes. É sensacional vêlos
num aquário cheio de plantas, descansando ao lado de uma raiz ou nadando devagar mostrando
todo o seu colorido. Também é bonito ver como se aproximam do vidro do aquário quando te
aproximas, especialmente se tens visitas: é então que podes mostrar aos teus amigos, já que os
peixes reagem à nossa observação com curiosidade e sem nenhum tipo de timidez. Na prática, não
obstante, as coisas não são sempre assim. Por exemplo, pode acontecer que à mínima perturbação o
peixe atravesse rapidamente o aquário à procura de algum esconderijo, onde permanecerá
completamente tenso, com as suas barbatanas abertas e uma coloração marcadamente raiada. Se o
peixe reage sempre fugindo para um lugar seguro, o teu interesse pelo disco pode desaparecer
rapidamente ao não encontrar nenhum prazer em observa-lo. Além disso, isto pode chegar a ter
conseqüências graves para o peixe. O comportamento nervoso é sinal de que se encontra num
estado contínuo de estresse, que incide num mau desenvolvimento. Estes discos não se reproduzem
e podem ser fácil presa de doenças.
O que pode ser feito quando o teu peixe reage timidamente e está sempre nervoso? Primeiro
vamos estudar o comportamento dos discos. Por natureza, o disco é um ciclídeo grande e bastante tranqüilo. É sedentário e gosta de permanecer em pequenos grupos com outros da sua espécie. A sua
forma de nadar é igualmente tranqüila e pausada. Prefere locais sombrios, que lhe servem de refúgio
quando se sente ameaçado. Não obstante, e contra o que alguns pensam, o disco não é
necessariamente tímido. Pode chegar a conhecer o seu dono, assim como tudo o que rodeia o
aquário, acostumando-se inclusive à presença de uma mão no mesmo, o que pode ser benéfico para
evitar que perante certas circunstâncias desencadeie-se um aumento da tensão no peixe.
As causas principais que provocam este comportamento são as doenças e água inadequada.
Observei, por exemplo, que na maior parte dos peixes a infecção por Hexamita ou por Spironucleus
provoca no seu primeiro estágio um nervosismo pouco corrente. O mesmo ocorre quando estão
infectados por um ectoparasito como o parasita das brânquias.
Igualmente uma degradação das condicções da água, faz aumentar a concentração de nitratos, ou
também por outras circunstâncias, pode explicar o aparecimento de um comportamento
especialmente sensível, Portanto, o início de um comportamento nervoso pode ser considerado um
sinal de alarme.
A montagem e o tipo de aquário são elementos a ter em conta para limitar o aumento da
tensão no peixe. Os aquários de reprodução devem ter pelo menos 40 cm. De fundo, embora se
tiverem mais de 50 cm. Muito melhor. Isto proporciona ao peixe a oportunidade de se afastar ou
esconder, essencial em qualquer caso.
Os aquários que se podem contemplar por trás e pela frente , por exemplo, não são
apropriados para manter discos, a não ser que sejam bastante largos.
É aconselhável cobrir o exterior das partes posterior e lateral do aquário com posters (fotofundo).
Quanto à iluminação, demasiada luz empalidece a cor do peixe e aumenta o seu nervosismo.
Também não é aconselhável uma luz fraca. O ideal é uma luz suave, superficial com algumas
plantas flutuantes, como a Pistia stratiotes.
Um aquário cheio de plantas pode ficar bonito, mas pouco aconselhável no caso dos discos,
pois aproveitam a floresta para ocultarse, o que os faz ser mais tímidos. É melhor plantar o fundo
com Vallisneria e Echinodorus e Anubias no centro do aquário. A utilização de madeira, assim
como um substrato escuro são ideais no solo do aquário como decoração, mas também como
possível refúgio. Por outras palavras, é preferível ser moderado no que se refere à decoração do
aquário. Os peixe grandes e os que nadam depressa não são aconselháveis como companheiros para
disco. A timidez poderá aumentar em tais companhias.
É permissível alguma atividade em frente ao aquário? Basicamente a resposta é sim. A
presença de movimentos não habituais não prejudica em absoluto os discos. Pelo contrário, podem
acostumar-se e fazer com que percam o medo, dentro de certos limites. Aprendem a reconhecer o
seu tratador, assim como a reagir perante determinados sinais.Mas, isto não é aplicável se estiverem
na postura ou acasalamento, em ambos os casos é necessária uma certa tranqüilidade. Inclusive,
comprovou-se que os casais que estão acostumados ao contato com pessoas, e que não reagem com
medo, criam de uma forma mais confiante do que aqueles que são mais medrosos. Um casal de
indivíduos que esteja na desova e sejam especialmente medrosos,
tendem a procurar refugio mas se sintam ameaçados, abandonando a postura à sua própria sorte. Isto
pode chegar a ser especialmente crítico se acontece quando as crias precisam do muçus do corpo
dos pais, dado que ao estarem nervosos, não permanecem quietos o suficiente para que as crias se
alimentem.


                                              

OS DISCOS COMEM NA MÃO

Se mantivermos uma dieta alimentar regular a determinadas hora do dia, os peixe começam
a reagir perante certos estímulos, como por exemplo levantar a tampa do aquário. Quando o peixe
reage a este tipo de sinais, pode-se tentar alimenta-los com a mão lentamente na água, num local
onde os peixes vão comer. Tanto as larvas, como a comida congelada ou em tabletes, deve segurarse
comos dedos.
Passado um tempo o peixe começará a interessar-se pela comida, movido pela curiosidade e
pela fome. Uma vez que um dos peixes comece a comer, já se superou o primeiro obstáculo e logo o
seguirão os restantes peixes.
E então quando começa o frenesi da comida, elegendo cada um o seu bocado e empurrandose
uns aos outros. Cada um trata de apanhar da mão o bocado maior. É isto que torna divertido criar
discos.Se não tiveres êxito na primeira tentativa, não desistas, tenta uma e outra vez. Em nenhum
caso esta forma de alimentação molesta os discos, pelo contrário, chegam a acostumar-se e a
sentirem-se confiantes. Estou alimentando os meus discos com a dieta profissional de Bernd Degen.
É ideal para conseguir um ótimo crescimento e além disso os discos podem acostumar-se a comer
da tua mão diferentes tipos de alimento.


A REPRODUÇÃO DE DISCOS

Os aficionados de acarás-discos representam uma “espécie” à parte de aquaristas. Isto é
devido às peculiaridades específicas destes peixes. A sua criação demanda uma atenção especial e
uma boa dose de intuição. Raramente outra espécie de peixe demonstra tão rápido e
inequivocamente os efeitos de uma manutenção inadequada ou incorreta. Apesar disto, são peixes
muito resistentes, e, quando criados apropriadamente, são animais de estimação adoráveis. Talvez
isto seja apenas parte da fascinação que exercem para muitos aquaristas. E assim o círculo dos fãs
do disco cresce a cada dia, e aqueles não poupam esforços ou despesas para darem a seus protegidos
um paraíso aquarístico aqui na terra.
Quase todos os aquaristas de discos tem alguma história para contar sobre algum problema
pelo qual já tenham passado, e possivelmente esta é mais uma razão porque se sentem piscicultores
especiais. Não são apenas aquaristas no sentido comum do termo. Nenhuma distância é muito
grande para uma troca de idéias, uma visita a outro criador, um seminário, quer este esteja na
Alemanha, Flórida ou Singapura. Um ar de exclusividade enche o mundo do admirador de discos. E
o círculo de seguidores cresce.
O pináculo da criação de discos é indiscutível: a reprodução destes peixes com sucesso. Isto
não quer dizer que a propagação de outras espécies seja fácil, por comparação. Muitos outros peixes
são até mais difíceis de procriar em aquário. Todavia, a reprodução de discos permite uma
introspecção fascinante na sua biologia reprodutiva incomum, tal como raramente existe a
oportunidade de observar, e que dá ao criador ou aquarista uma experiência especial de sucesso.
Apesar do disco ser reproduzido comumente nos dias de hoje, alguns problemas ainda
surgem e que são comuns à maioria dos criadores. A troca de achados e observações importantes era
até há bem pouco tempo limitada, e o aspecto comercial sempre teve um papel decisivo nesta
questão. É até compreensível, mas quem responderá às perguntas em aberto? Quem esclarecerá os
problemas de reprodução do disco? Por que alguns discos não desovam? Por que outros comem sua
desova uma atrás da outra? Por que os ovos não se desenvolvem e são atacados por fungos? Por que
as larvas não nadam para os pais e em vez disso morrem de fome num canto do aquário?
Qualquer pessoa que trabalhe intensivamente com discos logo se questionará sobre estes e outros
assuntos, que são fascinantes para mim, que mergulho diariamente no mundo da reprodução destes
ciclídeos. Como aquarista, acho alguns problemas difíceis de serem explicados, mas algumas
soluções podem ser obtidas mediante observação cuidadosa e aprendizado no manejo com os casais
reprodutores, assim como no arranjo adequado do aquário de desova.



REPRODUTORES

Um par ou casal de discos harmoniosos dá pouco trabalho ou preocupação. No entanto, o par
perfeito é muito difícil de ser encontrado. Como se faz para se conseguir um casal de discos? Bem,
a maneira mais fácil seria adquirir indivíduos adultos ou - melhor aindaum casal já formado. Mas o
caminho mais fácil pode ser o mais enganoso. Deve-se suspeitar da oferta de pares acasalados. Bons
casais raramente estão à venda, e peixes como estes circulam no mercado apenas entre criadores
amigos que procuram por novas linhagens genéticas. Alguns indivíduos menos escrupulosos podem
oferecer casais para venda que são reprodutores deficientes, ou que já passaram da idade de
reprodução. Como um par em reais condições reprodutivas possui um alto preço, a pessoa só deve
comprar no caso do seu desempenho poder ser vistos e comprovados. Se os peixes são jovens e
desovaram uma ou duas vezes, mesmo sem sucesso, você pode se sentir mais confiante do que com
peixes mais velhos e já estabelecidos como casais reprodutores.
No entanto, o modo mais adequado de se conseguir um casal é criar um grupo de discos
juvenis até atingirem a maturidade sexual, e deixar que se formem os pares. Criar discos jovens até
um tamanho em que se encontrem prontos para procriar pode levar de 9 a 22 meses. A engorda
completa de discos juvenis não é tão simples e não deve ser subestimada. Se você aceitar o
compromisso a longo prazo de criar o seu próprio plantel, você deve começar com um bom grupo,
pois os discos são peixes de cardume. O ideal é você começar com dez a vinte discos juvenis num
aquário de pelo menos 120 litros. Mais tarde, à medida que os peixes vão crescendo, este cardume
deve ser transferido para um aquário maior de 250 a 300 litros, ou separados em dois grupos. Você
notará então que alguns peixes do seu plantel ficam juntos em duplas, e que estas tentam afastar os
outros espécimes que se aproximam. Uma vez que um par de discos se formou, eles não devem ser
separados, pois estes magníficos ciclídeos tendem a permanecer acasalados por longos períodos de
tempo.


DIMORFISMO SEXUAL

A sexagem dos disco é assunto polêmico e difícil. Ao longo dos anos um dedicado aquarista
que lida com discos poderá desenvolver uma boa intuição para a distinção do sexo destes peixes,
mas mesmo assim poderá se surpreender errando de vez em quando. Freqüentemente o
comportamento dos discos adultos em cardume fornece pistas sobre o seu sexo. A sexagem de
peixes juvenis é impossível, mas o fato de que os machos num cardume de mesma idade e origem
são maiores que as fêmeas já ajuda na hora da aquisição. De fato, o aquarista que compre um
cardume de, digamos, dez discos juvenis, e selecione apenas os peixes maiores do grupo, sempre
descobre, meses mais tarde, que criou um cardume de machos.
Nos peixes adultos o sexo pode ser intuído com um pouco mais de facilidade, mas ainda
assim não existem garantias de 100% de acerto. Os machos são, normalmente, maiores que as
fêmeas de mesma idade. As barbatanas dorsal e anal terminam em ponta nos machos e arredondadas
nas fêmeas. A curva entre a cabeça e o começo da nadadeira dorsal da fêmea é mais saliente e
redondo, principalmente quando esta se encontra com os ovários cheios, que, ao contrário dos
machos, é reto e magro.

                                      

O AQUÁRIO DE REPRODUÇÃO

O aquário para a reprodução dos discos deve possuir um volume que varia de 80 litros, no
mínimo, a 150 litros, no máximo. Um tamanho exemplo pode ser um cubo de 50x50x50cm, mas
esta é apenas uma das dimensões possíveis. Por outro lado, não existe nada que impeça o aquarista
de manter um casal num volume maior para a desova; pares bem acasalados com seus filhotes
podem ser mantidos em aquários de até um metro de comprimento. Todavia, para casais novos e
ainda inexperientes, aquários com volumes menores são mais recomendados por seus resultados
mais positivos. Nestes aquários compactos o casal e os filhotes são obrigados a um contato mais
íntimo, o que tem um efeito mais eficaz no sucesso das primeiras desovas. O aquário de reprodução
não deve possuir nenhum tipo de decoração como areia, plantas ou troncos. O único objeto existente
deve ser o substrato para desova, normalmente um cone de argila cozida ou um tubo cilíndrico de
PVC, ou ainda, uma placa de ardósia, mantidos na posição vertical e bem lastreados para que os
peixes não desloquem o substrato durante a limpeza ou a desova. Se, por acaso, não existir nenhum
desses substratos, os discos desovam nos cilindros dos aquecedores ou simplesmente nos vidros
laterais do aquário. Os aquários de reprodução são isentos de decoração porque são mais fáceis de
manter limpos, e porque é mais fácil para o par reprodutor achar suas larvas quando estas começam
a nadar e a se espalhar pelo aquário. A limpeza dos aquários de reprodução tem um papel
importante que não deve ser subestimado. Para os criadores de discos este tipo de aquário
representam uma economia de tempo e trabalho consideráveis, pois normalmente lidam com uma
ou mais dezenas de unidades de criação.


PREPARATIVOS PARA A DESOVA

Regra geral, o par acasalado é transferido para um aquário só deles, de maneira que possam
começar os preparativos para a desova. A brusca mudança de aquário pode causar uma perturbação
temporária no comportamento do casal. Mas depois de um curto período tudo retorna ao normal e
os peixes se preparam para a desova.
O ciclo reprodutivo dos discos pode ser induzido por mudanças físico-química da água: por
exemplo, uma troca parcial de água tem sempre um efeito benéfico sobre o comportamento destes
peixes. Assim eles reagem a mudanças na temperatura e no pH, e a redução no nível de nitritos tem
também um efeito positivo sobre os peixes, induzindo-os a desovar. O uso de turfa pode também
trazer resultados surpreendentes sobre a indução dos peixes à desova. A turfa pode ser envolvida
numa meia de nylon e colocada no circuito do filtro. Alternativamente, a água preparada para
as trocas parciais pode ser enriquecida previamente com extrato de turfa.


REPRODUÇÃO

Quando dois discos adultos se acasalam e começam seus preparativos para a desova, ambos
os peixes se cortejam, ondulando as nadadeiras e abaixando a cabeça quando se cruzam nadando. O
macho persegue a fêmea e às vezes a empurra levemente pelo ventre. Mudanças externas acontecem
no casal, como o escurecimento das cores, principalmente na metade posterior do corpo. As quatro
ou cinco últimas listras verticais ficam pretas e largas. Isto indica que a desova é iminente. O par
procura por um local adequado para a desova, normalmente o substrato que o aquarista
providenciou. Uma vez escolhido o local, o substrato de desova é limpo por ambos, com a boca.
Todos estes preparativos são acompanhados por estremecimentos do corpo, que é um sinal da
desova iminente. A fêmea fica mais agitada e se aproxima do local escolhido para um “treino”. Ela
nada encostada com o ventre no substrato de desova, de baixo para cima, e o macho fica muito
interessado nela. Aqui o aquarista pode ajudar isolando o aquário com plástico ou papel, de maneira
que casais próximos não se vejam. A instalação de barreiras visuais entre os peixes ou entre os
peixes e pessoas, ajuda muito no sucesso da reprodução, pois os machos se distraem facilmente com
a movimentação à volta do aquário, e não fertiliza os ovos adequadamente, nestas condições.
Os discos desovam, normalmente, à tardinha. A temperatura tem uma influência
significativa no desenvolvimento dos ovos. A 29 grausC os ovos levam 55 a 60 horas para
eclodirem. isto significa que, para ovos depositados hoje à tarde, eclodirão na manhã do terceiro dia.
Isto é importante para a sobrevivência das larvas, pois na natureza, se estas eclodirem durante a
noite, o efeito pode ser desastroso: os pais não conseguem mantelas juntas no local da eclosão. A
maioria dos criadores de discos providenciam uma luz noturna para os casais. Esta luz fraca, ligada
toda a noite, dá aos peixes a oportunidade de enxergarem sua desova no escuro, para que a
continuem ventilando acordados, sem dormirem. O comércio aquarista tem lâmpadas especiais
como mini-bulbos fluorescentes, que servem para este fim. Eles fornecem ao par acasalado luz
difusa suficiente para guardarem os ovos depois de as luzes principais do aposento terem sido
desligadas. Assim, apagar ou acender de repente as luzes tende a deixar os peixes assustados.
Uma vez que a fêmea começa a depositar a primeira fileira de ovos, é particularmente
importante que o macho fertilize a postura imediatamente. O esperma é viável durante cêrca de 30
segundos e neste tempo os espermatozóides tem que penetrar o micrópilo dos ovos. Este é uma
invaginação da membrana do ovo em forma de funil, localizado na metade superior do ovo, e que
serve para a penetração do espermatozóide e a conseqüente fertilização. O micrópilo do ovo
mentem-se aberto durante dois minutos apenas, e se neste tempo o macho não fertiliza a fileira de
ovos depositados, a fusão do DNA dos genitores não acontece e os ovos goram.
Durante a desova não deverá haver uma corrente de água muito forte no aquário, pois esta
poderá carregar o esperma, impedindo a fertilização. Assim é aconselhável parar a filtração do
aquário durante uma hora enquanto a desova acontece. O sistema de filtragem deverá ser religado,
tão logo a desova seja completada.
Os peixes ficam em frente da desova e passam alternadamente sobre ela. Quando a fêmea
deposita uma fileira de ovos, ela nada para o lado e o macho vem e passa sobre elas, fertilizando-os.
Dependendo da idade do par acasalado, o ato da desova demora de 60 a 90 minutos. Dependendo do
tamanho da fêmea, o número de ovos pode variar de 50 a 500. Os ovos medem 1,4mm de
comprimento e, como em outros ovos de ciclídeos, eles aderem ao substrato graças a uma fina
camada de muco presente a toda a volta do equador do ovo. A divisão celular começa pouco tempo
depois da fertilização. Alguns ovos desenvolvem um aspecto leitoso, opaco, ao lado dos
amarelosambar transparentes. Aqueles são chamados de ovos gorados, pois são ovos mortos ou
coagulados. Na coagulação, as substâncias coloidais dispersas dentro do ovo se transformam em um gel. Baseado na minha própria experiência, eles não influenciam o desenvolvimento dos ovos
saudáveis, a não ser que funguem, o que normalmente acontece algum tempo depois.
Os pais ficam perto da postura o tempo todo e se revezam na oxigenação dos ovos com
movimentos das barbatanas peitorais. A corrente de água provocada por estes movimentos não só
oxigena a postura, como inibe a deposição de sujeira e microorganismos na superfície dos ovos. A
uma temperatura de 29 graus os ovos eclodem em 55 horas. Com 48 horas já é possível distinguir
pontos pretos nos ovos, que são os embriões, e que indicam que os ovos estão se desenvolvendo
normalmente.
Na manhã seguinte a eclosão acontece, e os pais ajudam as larvas a se libertarem da casca do
ovo, tomando-as em suas bocas e depois soprando-as de novo no substrato, para que grudem neste
por meio das glândulas adesivas que possuem na cabeça e que começam agora a funcionar,
segurando o corpo da larva no substrato.
As larvas permanecem aderidas ao substrato até que o conteúdo do saco vitelino seja todo
consumido e o seu desenvolvimento seja completado. Isto leva, ainda, três dias, após os quais elas
começam a se soltar do substrato progressivamente. Estas escapadas individuais são gentilmente
“engolidas” pelos pais e “cuspidas” novamente ao substrato. Neste ponto os aquaristas novatos
ficam nervosos com esta situação, pois pensam que os pais estão comendo seus filhotes. Todavia,
este procedimento é totalmente seguro e nada acontece às pequenas larvas. A ação de querer
que estas permaneçam juntas é perfeitamente normal e faz parte do comportamento de reprodução
destes ciclídeos. Sabemos de comportamentos semelhantes em outras espécies da mesma família.
Portanto, do sexto dia em diante as larvas mostram uma tendência crescente para a natação
livre. O casal não consegue mais segurar as larvas no substrato e elas começam a nadar por todo o
lado, concentrando-se em grandes grupos nos cantos inferiores e superiores do aquário. Os pais as
seguem, atentos e oferecem seus corpos cujas superfícies estão túrgidas de secreção epidermial,
quedenominamos comumente de muco. A partir daí é extremamente importante que as larvas
nadem para os pais e comecem a se alimentar deste muco, que é oferecido como uma massa viscosa
e espessa entre as escamas. O “gatilho” para isto é a coloração escura dos genitores.
O par de discos adultos tornam-se escuros, totalmente escuros em toda a superfície corporal.
Por esta razão não é recomendável ter outros objetos de cor escura ou preta no aquário, pois as
larvas se confundem e se dirigem a estes, em vez de irem ao encontro dos pais. No entanto, as larvas
ainda levam mais três dias para ficarem definitivamente à volta dos pais se alimentando, agora da
secreção epidermial destes últimos. Esta forma de ligação parental é rara no mundo dos peixes.
Ela nasceu possivelmente da evolução de um sistema de osmorregulação muito eficiente. As células
nutritivas da pele dos peixes adultos são absolutamente vitais como alimento principal para as
larvas durante os primeiros dias do estágio de natação livre. A secreção da pele contém bactérias,
algas e protozoários simbióticos que colocam o sistema digestivo das larvas para funcionar,
fortalecendo ainda seu sistema imunológico. Além disso, é importante fonte de nutrientes como
proteínas, gorduras e carboidratos, alimentando as larvas e fazendo com que cresçam rapidamente.
Sete a nove dias depois das larvas começarem a nadar elas já são capazes, também, de se alimentar
de náuplios de artêmia salina. Estes pequenos crustáceos são o primeiro alimento substituto ou
complementar do muco, de tal maneira que a partir do momento em que as larvas o ingerem já
podem ser separados dos pais. Existe algum debate entre criadores, sobre quanto tempo os pequenos
discos devem permanecer com seus pais alimentando-se da secreção epidermial.
A alimentação suplementar de náuplios de artemia salina, deve ser “soprada” na direção dos
disquinhos, com o auxílio de uma mangueirinha plástica. Os alimentos suplementares devem ser
fornecidos pelo menos seis vezes ao dia em intervalos regulares. Além dos náuplios, deve-se
oferecer, também, alimentos moídos, como coração de peru ou de boi, enriquecidos com vitaminas
e vegetais. À medida que o tempo vai passando, os pequenos discos vão tomando a forma discóide
característica. A remoção diária dos restos de alimentos não consumidos é absolutamente essencial,
assim como trocas freqüentes de água. As primeiras oito semanas de vida dos discos são muito
importantes para o desenvolvimento posterior de peixes de qualidade. Erros cometidos durante este
período vital são difíceis de serem corrigidos. Se os pequenos discos param de se alimentar durante
alguns dias por causa de qualquer doença, isto tem logo um efeito imediato no formato do corpo.
Água e alimentação são os dois alicerces para o desenvolvimento perfeito dos discos.


CONCLUSÃO

O acará-disco é um peixe sobre o qual muitos mistérios tem ainda que serem estudados.
Muito no entanto pode ser explicado pela observação atenta. Observe seus discos diariamente,
porque você não vai só precisar de correr atrás de suas necessidades, mas de conhecer também o seu
comportamento. Se você quiser reproduzir discos, vá em frente, mas não esqueça que eles tem
requerimentos especiais e, para se ter sucesso, você não pode subestimar o esforço e o tempo a
serem despendidos. Você encontrará algum problema até ter sucesso. Mas não desanime. Mantenha
um diário de anotações e aprenda com seus erros. Estude verdadeiramente toda a literatura seria
sobre a criação destes peixes e procure aconselhamento com aqueles que já passaram por essa fase.
Finalmente, compreenda que existem muitas soluções adequadas para um mesmo problema. E,
pense sobre isso:
“Existem mais discos por aí que tem problemas com aquaristas, do que aquaristas que tem
problemas com discos”.

                                      

3 comentários:

Anônimo disse...

Sou de Porto Alegre, e tenho um aquário de 300 litros onde crio 8 Discos (dois bem jovens, 2 mais maduros e 4 adultos). Tenhos duas femeas que constantemente desovam, mas os machos ainda não sabem o que fazer (estão aprendendo).
Enfim, gostaria de dar os parabéns pela matéria.
[]´s
Valdomiro
valdomiro.junior@gmail.com

Marcelo Mello ramos disse...

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Dudo disse...

Olá Marcelo, tudo bem?
Desculpa ademora em responder, é que estamos meio sem tempo até para publicar em nosso blog... mais agora vamos tentar voltar a ativa.
Bom gostei muito da sua proposta, gostaria de saber mais... teremos algum custo, como fazemos para participar e tals?!
Agraeço desde já!!!
Até mais!