terça-feira, 28 de setembro de 2010

- Meios Naturais para Controlar a Qualidade da Água

Quando montamos o aquário, a água mais comum de ser usada é a de torneira ou em alguns casos a água mineral. O pH dessa água pode variar de acordo com a região ou com a fonte de origem. Porém, quando colocamos essa água no aquário, sua composição química pode ser rapidamente alterada pelo cascalho, pedras ou enfeites que haja dentro desse, já que esses podem ser lentamente dissolvidos, liberando substâncias químicas em quantidades variadas na água. Essas substâncias podem alterar o pH, a dureza da água ou, em última instância, causar um efeito tampão, que tende a deixar o pH "travado" num valor determinado, de acordo com as substâncias químicas presentes e suas devidas quantidades.
Assim, é sabido que a dolomita, o cascalho branco comumente utilizado, tende a alcalinizar a água. Isso é devido a dissolução de alguns sais presentes nessas pedras que elevam o pH e tamponam esse em um valor elevado. Cada vez que se tenta baixar o pH de um aquário com dolomita usando algum corretivo acidificante, o pH é temporariamente alterado, mas em menos de 24 horas retorna a seu valor anterior. Não só o corretivo foi em vão, como os peixes sofrem um choque de pH na baixa, e no retorno tão brusco do pH a seu valor inicial.
Desse exemplo fica a lição de que para montar um aquário é preciso escolher as espécies de peixes que vão habitar o mesmo com antecedência para escolher o cascalho e outros ornamentos que vão ficar no mesmo levando em conta as características da água desejadas. Os peixes são diferentes, têm origens diferentes, e vivem bem mais tempo e são mais saudáveis quando colocados em uma água compatível com aquela de origem da espécie.
Existem no mercado tamponadores (buffers) de excelente qualidade, que ajudam a levar e manter o pH a valor determinado, ideal para o conjunto de peixes de um determinado aquário, mas mesmo esses produtos têm seus limites, e funcionam melhor quando o aquário foi previamente planejado.

Na prática, as categorias em que os peixes são divididos são quanto à temperatura e quanto ao pH e/ou dureza.
Quanto à temperatura, os peixes podem ser:

Água fria: peixes que vivem à temperatura ambiente mesmo no inverno. Não necessitam de aquecimento na água, e esse pode ser até prejudicial, quando relacionado a reprodução, já que a maioria desses peixes é sazonal e o "gatilho" para a reprodução é justamente a mudança de estação. Exemplo: kinguios, carpas e dojó;
Água temperada: algo entre 21º e 27º C. Nessa faixa se encontra a maioria dos peixes ornamentais comumente encontrados. Exemplos: espadas, colisas, ciclídeos africanos.
Água tropical: Aí são encontrados principalmente peixes amazônicos, que vivem muito bem em temperaturas entre 28º e 32º C. Exemplos: neon, acará disco, acará bandeira.




Quanto ao pH (que está intimamente relacionado com a dureza, no aquário), os peixes podem ser divididos em:

Água ácida: São peixes que vivem bem em água com pH ao redor de 6,0 ou até inferior. Os exemplos mais típicos dessa categoria são os disco e neons.
Água ligeiramente ácida: algo entre 6,6 e 6,9. Nessa categoria entram diversos peixes das bacias brasileiras, como as coridoras, cascudos, ramirezi, e outros.
Água ligeiramente alcalina: algo entre 7,1 e 7,2. Nessa categoria se encontram muitos dos peixes da família dos poecilídeos, como espadas, platys e lebistes.
Água neutra: na verdade, essa categoria engloba também os peixes de água ligeiramente ácida e ligeiramente alcalina, já que esses podem ser facilmente adaptados em água neutra. Exemplo: paulistinha.
Água alcalina: Aqui estão, de novo, peixes mais exigentes, que não vão se adaptar tão bem se colocados em pH mais baixos, apresentando diversos sintomas de má adaptação, como os kyngyos, que apresentam veios de sangue nas caudas transparentes quando o pH abaixa muito. As molinésias também fazem parte dessa categoria, e vivem bem em pHs variando de 7,2 até pHs marinhos, acima de 8,0! Os ciclídeos africanos também são peixes de água alcalina, idealmente ao redor de 7,8. Nos lagos de origem desses peixes há uma quantidade muito grande de sais dissolvidos na água, e o pH é bastante elevado, sendo que o ambiente lembra mais um ecossitema marinho, do que um lago no centro da Africa.

Sabendo que precisamos planejar o aquário baseados nas espécies que vamos querer colocar no mesmo, vamos escolher os substratos. Como dito acima, a dolomita funciona alcalinizando a água, e pode ser usada como substrato em aquários para peixes alcalinos, como kinguios, molinésias, espadas e ciclídeos africanos. Um ponto que deve ser levado em conta em relação à dolomita é quanto a sua cor, em geral branca ou muito clara - como os peixes em geral são provenientes de rios e lagos com fundo escuro, isso serve como referência para eles, e o uso da dolomita sozinha como única cobertura do fundo pode levar os peixes a ficarem estressados pela luminosidade refletida pelo substrato. Assim, é recomendável usar uma parte de cascalho de rio comum na mistura, ou então enfeites escuros no fundo para quebrar um pouco esses efeito.
Outro substrato comumente usado no fundo de aquários de água alcalina são conchas moídas ou halimeda (o esqueleto calcáreo de uma alga marinha). Esse tipo de substrato é especialmente encontrado em aquários de ciclídeos africanos, aonde é comum encontrar também peças de coral usadas como enfeite. A aragonita também seria um substrato dos mais escolhidos para aquários de ciclídeos africanos, não fosse seu preço bastante elevado.
Em geral o cascalho de rio, a pedra rolada de rio, é o substrato usado em aquário para peixes de água ácida, neutra, ou levemente alcalina. A maioria desses cascalhos é quimicamente inerte e acaba não afetando o pH, além da vantagem de prover aos peixes um fundo escuro, e um ótimo substrato para as plantas.
Outros tipos de cascalho podem ser testados, sendo deixados por um período em um pequeno recipiente com uma água previamente testada, a qual é retestada após esse período para ver se houve alteração do pH. Esse método também pode ser usado com pedras que vão ser usadas dentro do aquário, ou com algumas que se desconfia estejam sendo responsáveis pela alteração do pH da água.
Dentre os enfeites naturais, é sabido que o tronco de arueira ajuda a amolecer a água e assim a queda do pH, sendo muito usado em aquários de peixes amazônicos. Outro condicionador usado para amolecer a água é a turfa, geralmente colocada em saquinho dentro do filtro ou em uma passagem de água.

Um aquário montado a algum tempo, especialmente se tiver filtro biológico de fundo, tem tendência a apresentar uma acidificação gradual da água, que não é causada por propriedades químicas das coisas usadas dentro do aquário, mas sim pelo acúmulo de sujeira em decomposição no fundo do aquário. Essa acidez não é saudável, mesmo para peixes de água ácida, pois indica o decaimento da qualidade da água, que pode, em grau extremo, ser o agente responsável pelo aparecimento de doenças. Esse efeito deve ser controlado pela manutenção frequente do aquário, sempre usando um sifão para penetrar no fundo e retirar os acúmulos de sujeira.

- Características e Composições Químicas - pH e dH

Uma vez que temos um aquário bem plantado e vamos ter que esperar uns dias para introduzir os peixes, aproveitemos para adquirir alguns conhecimentos sobre a água e suas condições de higiene.
pH
O potencial hidrogeniônico, mais conhecido como pH, mede a alcalinidade ou acidez de um meio. Sua escala vai de 0 a 14: se o pH tiver o valor 7, a água é neutra; se o pH for inferior a 7, a água é ácida; se o pH for superior a 7, a água é alcalina.
Para se medir o pH da água do aquário, existe hoje no mercado, a baixo custo, os chamados testes de pH. A medição é feita colhendo uma pequena quantidade de água do aquário e adicionando algumas gotas do reagente. Faz-se então, a comparação da cor resultante com uma tabela de cores com valores de pH fornecida junto com o produto.
Cada espécie aquática tem um pH considerado ideal, onde ela exerce todas as suas atividades sem problema algum. Isso não quer dizer que uma espécie, se colocada em um pH diferente do seu ideal, irá perecer. Na realidade, pouquíssimas mortes de peixes são causadas por pH. Nesse tópico, o que é perigoso é a sua variação, mesmo que seja retirando um espécime de um pH e colocando-o no seu ideal.
Deste modo, caso você tenha um peixe em um pH não-ideal, é preferível deixá-lo onde está (caso ele esteja vivendo bem) a transferi-lo para uma água de pH ideal sem cuidado algum. Caso tenha que transferir um peixe, faça o seguinte:
1-Ponha-o em um saco, com a água do aquário onde ele estava;

2-Deixe o saco boiando por 30 minutos na nova água para que a temperatura se iguale;

3-Ponha lentamente (a cada 5 minutos) um pouco da água nova no saco onde o peixe está;

4-Quando o saco já estiver cheio, solte o peixe.

Esse processo lhe assegurará uma mudança lenta e gradual do pH para o peixe, livrando-o de possíveis seqüelas, sendo válido também para peixes recém-adquiridos. A maioria das espécies é de pH entre 6,8 e 7,4.

dH
O grau de dureza da água está condicionado à quantidade de sais que ela contém e é definido pelo símbolo dH. O dH indica a quantidade de matéria mineral dissolvida em uma determinada água. Para o aquariofilista interessa principalmente os sais de calcário.

Uma água dura ou bastante mineralizada é a que contém uma grande quantidade de sais de calcário. Inversamente, uma água mole ou pouco mineralizada é a que possui uma pequena percentagem desses sais.

A escala de dH vai de 0° (muito mole) à 25° (muito dura). A maioria dos peixes adapta-se à uma variação de 9-14°. Entretanto, para alguns é preciso manter condições muito precisas para que eles reproduzam e sobrevivam por muito tempo. 
Água mole ou pouco mineralizada------------------ 0° a 5°
  Mediamente mineralizada-------------------------- 5° a 12° 
  Dura ou muito mineralizada---------------------- 12° a 20°  
     Muito dura------------------------------------------------ 20° a 25°


CORREÇÃO DO pH e dH

Antes, isso era um problema não muito simples de se resolver, mas hoje já se encontra no mercado uma larga variedade de produtos que corrigem esse tipo de problema à um custo irrisório. Estas correções devem ser feitas lentamente e sob rigoroso controle, para que os peixes não sofram com uma alteração brusca da composição química da água. Teoricamente, esses dois valores (pH e dH) não estão diretamente relacionados. Mas na prática, verifica-se que uma água pouco mineralizada apresenta um pH baixo, ou seja, tende a ser ácida. Igualmente, uma água muito mineralizada ou dura é, em princípio, alcalina.
Um peixe cuja água ideal seja ácida, se adapta muito bem em água alcalina. Já o peixe de água alcalina, não consegue se adaptar direito em água ácida. Troncos e alguns tipos de raízes e plantas, em grande quantidade, tende a deixar a água ácida. Búzios, conchas, estrela-do-mar e algumas rochas calcárias, deixam a água mais alcalina.

Aparência da Água
A cor da água é um indicativo para o que está acontecendo no aquário, tanto química quanto biologicamente, e um aquarista cuidadoso pode retirar dela várias indicações para saber o momento em que deve intervir para evitar problemas com doenças e/ou desequilíbrios químicos e biológicos que poderiam chegar até a causar mortes em sua criação.
Uma água bem limpa, clara e cristalina revela que suas características químicas, como pH e dH, biológicas, como quantidade de algas, e de manejo, como quantidade e qualidade de iluminação estão em níveis aceitáveis, e muito mais facilmente você terá um aquário balanceado e adequado para sua criação.
Quando nós tiramos a água da torneira, ela é clara e aparentemente ótima para usar no aquário, mas não é essa a realidade, pois, a partir do momento em que é depositada, ela sofre uma série de reações químicas, físicas e biológicas, e é por isso que devemos sempre esperar que ela "amadureça", durante até duas semanas, dependendo do tamanho do aquário.
Um exemplo é o que acontece dois ou três dias após cheio o aquário, a água vai ficando turva e leitosa, devido principalmente à grande proliferação de bactérias. Uns dias mais e veremos que ela voltará ao normal, e só aí poderemos pensar em colocar os peixes. Ela continuará cristalina e transparente, desde que receba os cuidados necessários. A partir daí, de acordo como mudará a cor da água, poderemos saber o que está acontecendo com ela. 

ÁGUA VERDE: A água verde é produzida por algas microscópicas que se desenvolvem devido ao excesso de luz direta sobre o aquário. Para evitá-las devemos colocar o viveiro num lugar onde não pegue mais que meia hora diária de sol, pela manhã. Se a água fica verde devemos tampar os lados do aquário por onde lhe chega a luz, e ficar vigilantes, pois as algas morrendo, desprendem enormes quantidades de gás carbônico, prejudicial aos peixes. As "dáfnias", pequenas pulgas d'água são reputadas como grandes comedoras de algas verdes.

ÁGUA MARROM: É produzida por algas dessa cor, devido a má iluminação. Um aquário que chega a essa condição é por ter sido negligenciado na sua iluminação, e seu aspecto é deplorável. As plantas não se desenvolvem, ficam amareladas, raquíticas e a solução para evitar que isso aconteça é usar luz em quantidade suficiente.

ÁGUA TURVA: É devido ao excesso de matéria orgânica em suspensão e à sua lógica reprodução de bactérias. Pode ser evitada mantendo o aquário escrupulosamente limpo, sinfonando-se periodicamente os dejetos dos peixes e os restos de comida que se acumulam no fundo. Quando a água se turva, nunca deve ser substituída, nem parcialmente, por outra recém tirada da torneira. Isso tende a aumentar ainda mais o número de bactérias.

ÁGUA CRISTALINA: É o estado ideal da água. Quando há uma perfeita observação de todas as regras básicas anteriormente expostas, a água mantêm-se limpa e inodora indefinidamente. Porém, às vezes, por razões tais como: um descuido na quantidade de alimentação dada aos peixes, uma superpopulação no aquário, ou qualquer outra falha, a água se turva. Geralmente se deixarmos os peixes em jejum por alguns dias e sinfonarmos os dejetos do fundo do aquário, a água volta à sua condição natural. Esse processo pode ser acelerado mantendo o filtro sempre ligado.


terça-feira, 21 de setembro de 2010

- Aquário Hospital - Montagem e Manutenção

Aquário hospital  é qualquer aquário usado com fins de aplicação de tratamento de peixes doentes. Ele é um aquário diferente do aquário principal, ou seja, os peixes devem sempre ser removidos a esse aquário hospital, onde serão medicados até que a doença seja devidamente curada. O aquário hospital costuma ser o mais básico dos aquários, possuindo apenas água, sem decorações ou substrato de fundo - o chamado "aquário pelado".


Deve possuir:
• mecanismo de controle de temperatura da água (termostato/aquecedor/termômetro);
• mecanismo de aereação regulável;
• sifão, balde, rede (para captura de peixes) e todos os demais equipamentos de manutenção exclusivos do aquário hospital, evitando contaminação de outros aquários;

Pode ainda contar com uma lâmpada para iluminação, que se aconselha ser fraca, o suficiente para permitir observar o peixe e a evolução/regressão da doença. Se o ambiente for iluminado naturalmente, não se aconselha manter essa luz acessa, apenas se o aquário ficar muito escuro é que se deve mantê-la acesa (e no máximo por 12 horas).

Não deve possuir:
•  substrato - por questões de higiene e facilitar o controle de várias doenças;
• filtragem química - carvão ativado ou resinas afetam, ou mesmo retiram, a maior parte das medicações, inutilizando o tratamento;
• filtragem biológica - depende da medicação (veja mais abaixo);
• plantas vivas - não teriam condições de sobreviver seja pelas medicações, ou pela falta de luz, nutrientes etc., e morrendo, comprometeriam a qualidade da água e a saúde dos peixes;
• troncos, rochas, e qualquer coisa que altere parâmetros químicos da água, pois certos valores de pH, sais dissolvidos (GH/KH) etc podem afetar negativamente ou mesmo inviabilizar o tratamento por inativar a medicação empregada (algumas vezes chegam ao ponto de formar substâncias tóxicas aos peixes).

Costuma-se recomendar que o aquário hospital seja um aquário pequeno a médio em volume, para facilitar a manipulação e manutenção do mesmo, bem como restringir custos com medicações. Volumes ideais são entre 20 e 50 litros, embora quem possua peixes grandes acabe necessitando de aquários consideravelmente maiores - criadores de oscar ou carpa adultos (por exemplo) necessitariam de aquários de 100 ou mais litros.

Quanto à filtragem biológica, em alguns casos pode ser interessante usá-la, mas eu não aconselho. Isso porque há necessidade de ter conhecimento prévio de quais drogas afetam ou não a colônia de bactérias nitrificantes, já que algumas dessas drogas (muitas absolutamente comuns) aniquilam rapidamente as bactérias nitrificantes desse filtro, gerando então efeito deletério -- decomposição dessas bactérias, prejudicando a qualidade da água e consequentemente piorando as condições de peixes já efermos.

Também demandaria trabalho e gastos extras, de manter esse filtro permanentemente em funcionamento, para manter-se biologicamente ativo. Isso seria possível mantendo-o ligado em aquários estabilizados ou mantendo o aquário hospital em funcionamento com alguns peixes sadios, que seriam removidos quando de tratamentos.

Portanto, parto do princípio que é mais trabalhoso, porém mais seguro começar já sem filtragem biológica alguma. Em todo caso, a filtragem biológica ideal seria com filtro-espuma, mas pode-se empregar qualquer outro tipo de filtro para esse fim, exceto FBF.

Minha recomendação é usar apenas aeração, sendo suprimida a filtragem biológica e química. Essas seriam compensadas pela realização de trocas de água diárias para controlar os acúmulos de substâncias orgânicas deletérias (amônia, etc). Essas trocas seriam, em nível ideal, de 100% diariamente.

Essa prática tem muitas vantagens:
•  remoção de toda substância deletéria acumulada ao longo do dia;
• redosagem obrigatória da medicação, o que no caso de drogas que decaem na água, as mantém por mais tempo em níveis ótimos de ação, aumentando as chances de cura;
• melhor controle de patógenos, pois possibilita remoção mecânica de grande parte dos mesmos com as trocas de água / limpeza do aquário, portanto, igualmente aumentando as chances de cura;
• a água limpa possibilita ao peixe concentrar suas energias no combate à doença, já que não está submetido ao estresse fisiológico que águas poluídas lhe imputam (novamente, potencialização da cura);
• a exigência dessas trocas de água possibilitam em alguns casos a aplicação de medicação tópica, já que o peixe será obrigatoriamente capturado com rede.

As desvantagens seriam:
•  demanda ter tempo e paciência para fazer essas trocas diárias;
• também demanda ter água apropriada a essa troca, equalizada em parâmetros físico-químicos com a que sai, ao menos em temperatura;
• estressa emocionalmente o peixe (embora dependa muito de espécie a espécie, e indivíduo a indivíduo e ainda do modo como é feita a remoção dele do aquário);
• aumenta os gastos com medicação e água - e condicionadores de água (anticloro), se for o caso.

Isso tudo acima vale para as trocas de 100% de água. Muitas pessoas acabam fazendo trocas menores e/ou em espaços de tempo mais amplos (a cada dois dias etc.)

- Algumas Doenças

Assim como nós, os peixes também adoecem. A manutenção da boa qualidade da água é uma ferramenta importantíssima para a saúde e o bem estar dos peixes, pois a prevenção ainda é o melhor remédio. A falta de cuidados com a manutenção da água do aquário normalmente é o estopim que desencadeia em doenças nos peixes, causadas por protozoários, fungos, bactérias e outros parasitas.A rápida detecção do problema, a identificação precisa para o correto tratamento e a perseverança são as chaves para uma recuperação bem sucedida!
 A seguir, listamos algumas das doenças mais comuns que podem acometer os peixes ornamentais.

Doenças causadas por protozoários, outros parasitas e por má qualidade da água:
Protozoários são pequenos seres formados por uma única célula. Podem apresentar duas fases no seu ciclo de vida: a forma de cistos e a forma livre-natante. Na maioria das vezes eles se manifestam quando ocorre uma queda brusca na temperatura da água.
Para o tratamento de doenças causadas por protozoários e outros parasitas, recomenda-se o uso de
um parasiticida extremamente eficiente. A elevação da temperatura da água para a faixa entre 27 e 30 ºC contribui para acelerar o ciclo de vida do protozoário, diminuindo o período de encistamento e aumentando a eficácia do tratamento. Muitas vezes as manifestações de protozoários podem estar associadas a infecções causadas por fungos e bactérias oportunistas. Desta forma, quando há detecção dos mesmos, é recomendado o uso conjugado de fungicidas e bactericidas.


Ictiofitiríase - Nomes comuns: Íctio ou Doença dos Pontos Brancos.
É causada pelo protozoário Ichthyophthyrius multifiliis, que normalmente se manifesta quando os peixes são submetidos a quedas bruscas de temperatura. No estágio inicial da infestação o peixe se esfrega no fundo e nos objetos de decoração do aquário. As nadadeiras ficam mais fechadas, ocorre perda de apetite e a respiração se torna ofegante. Surgem então pequenos pontos brancos espalhados por toda a superfície do corpo e nadadeiras.
Os pontinhos brancos são na verdade a fase cística e a forma mais resistente do protozoário. Depois do período de amadurecimento, o cistos se desprendem do peixe e vão para o fundo do aquário. Eles então eclodem e liberam novos protozoários infestantes que irão se fixar novamente no peixe, até amadurecerem e fechar o ciclo. O tratamento da doença consiste em combater os protozoários na forma livre, que é a forma menos resistente. Isto é conseguido com a aplicação do medicamento na água do aquário

Oodiniose - Nome comum: Doença do Veludo.
Causada pelo protozoário Oodinium pilullaris. Este protozoário também costuma se manifestar quando ocorrem quedas bruscas de temperatura. Falta de apetite, emagrecimento, respiração ofegante, perda de equilíbrio e numerosos pontinhos dourados conferindo ao peixe uma aparência aveludada, são os principais sintomas desta doença. Ela é muito contagiosa e espalha-se rapidamente no aquário. Seu ciclo de vida é semelhante ao do protozoário causador do Íctio. É comum constatar sintomas de asfixia nos peixes infectados.


Costiose - Nome comum: Costia.
Pode ser causada pelos protozoários Ichthyobodo sp. (Costia sp.), Chilodonella sp., Cylochaeta sp. e Brooklynella sp. entre outros. Os peixes apresentam o corpo com aspecto esbranquiçado ou nebuloso, falta de apetite e presença de ramificações vermelhas nas nadadeiras.

Olhos Embaçados ou Dactylogirose: Causada pelos trematodos monogenéticos Dactylogirus sp. e Gyrodactylus sp. Os peixes apresentam os olhos cobertos com uma espécie de névoa, inchaço das brânquias, respiração ofegante, falta de apetite e outros sintomas associados às infecções por fungos ou bactérias.

Olhos Inchados (Pop-eye): Os olhos apresentam-se inchados e com o aspecto "saltado". Os peixes com olhos inchados podem ainda apresentar a barriga inchada e as nadadeiras roídas.

Hidropsia: Manifesta-se quando ocorre uma infecção bacteriana que provoca a paralisia dos órgãos internos dos peixes, provocando o aumento do volume ventral, bem como o eriçamento das escamas.

Tuberculose ou Barriga Seca: Também associada à queda na qualidade da água. O peixe torna-se magro, com o ventre retraído. Pode haver perda de escamas, descoloração do peixe e destruição das nadadeiras.

Buracos na Cabeça (Hole-in-head): Conhecida também como doença dos Ciclídeos. Sintoma ligado ao protozoário Hexamita sp. e possivelmente a bactérias. Ocorre abertura de feridas no peixe que acabam tornando-se verdadeiros buracos. Podem ocorrer outros sintomas associados às doenças causadas por bactérias, como hidropsia.

Septicemia: Resultante de infecção bacteriana generalizada, a septicemia provoca o surgimento de vasinhos sanguíneos dilatados na base das nadadeiras e ao redor dos olhos. As nadadeiras mostram-se roídas e desbotadas. Em casos avançados, pode causar a perda das nadadeiras.

Fungo na Boca (Cotton mouth): Apesar do nome, normalmente é causada pela ação da bactéria Flexibacter columaris. Possuí como característica a presença de pequenos filamentos ou tufos de algodão formando uma grossa camada ao redor da boca. É comum a ocorrência simultânea de fungos.

Doença do algodão ou Saprolegniose: Causada principalmente pelos fungos Saprolegnia sp., Achlya sp. e Ichthyosporidium sp.. O peixe apresenta tufos semelhantes a algodão na superfície do corpo ou nadadeiras. Muitas vezes pode haver perda de escamas.

Ichthyophonus: Também chamada de "Doença da boca branca". É outra forma de infecção causada por fungo de mesmo nome da doença, raramente diagnosticada pelo aquarista. É provocada pela ingestão por parte do peixe de cistos desse fungo presentes em outros peixes ou livres na água. O fungo desenvolve-se então no instestino e penetra nas vias sangüíneas. Os sintomas variam dependendo de onde a infecção tem início, mas podem ocorrer ulcerações na pele, inchação abdominal ou enfraquecimento. O tratamento é feito embebendo-se alimento seco em uma solução a 1:100 de fenoxetol, misturando aos peixes infectados. Remova sempre os peixes mortos do aquário o mais cedo que puder.

Envenenamento: Sinais: O peixe permanece logo abaixo da superfície da água, respirando forçado, mesmo que a filtragem e aeração estejam funcionando bem. Algumas vezes, o peixe corre pelo aquário, erraticamente. Causa: Envenenamento por metais tal como o cobre (canos, excesso de algicida) ou amônia ou nitrito. Tratamento: Em casos agudos, troque metade da água, imediatamente, repita após 12 horas, se necessário. Determine a causa e retire o material que causou o envenenamento.

Intoxicação por Nitrito (NH³): Os sintomas são olhos embaçados, dificuldades respiratórias, inquietação (o peixe fica balançando na água e morre deitado). É causado por uma superpopulação de peixes no aquário, água não estabilizada e excesso de alimentos. Como tratamento, é aconselhável trocar a água e manter o peixe em água nova bem condicionada com produtos já existentes no mercado.

Choque por mudança de pH e dH: Acontece em alguns peixes mais sensíveis quando são transferidos bruscamente do seu aquário, para outro com uma água diferente em acidez e dureza. O peixe, ao ser introduzido no aquário, nada com rapidez durante uns instantes, para depois cair no fundo com a respiração bastante acelerada e, se não for de novo colocado na água inicial, pode não resistir e morrer.
Também pode contribuir para esta situação uma diferença de alguns graus na temperatura dos dois aquários. Para evitar que isso aconteça, proceder de forma indicada na parte reservada à higiene.


Estas são, em breves linhas, as doenças mais comuns observadas em peixes vivendo em cativeiro. Se não houver mudanças bruscas de água ou temperatura, se os peixes forem devidamente alimentados, essas doenças serão evitadas. ATENÇÃO: Nunca se deve usar um remédio diretamente no aquário comunitário, pois o remédio afeta as plantas e destrói toda a microfauna da água, causando um desequilíbrio biológico. Só use em caso em que a epidemia se revele incontrolável, trocando toda a água ao final do tratamento. Para a não ocorrência desses fatos recomendamos o uso de um aquário hospital

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

- Algumas Espécies de Plantas

Ao introduzir novas plantas no aquário é necessário a desinfecção e também a limpeza e poda de raízes. Como em um aquário equilibrado as plantas crescem constantemente, a poda das partes com crescimento excessivo e a retirada das folhas velhas devem ser periódicas. O intervalo entre estas práticas varia muito com as condições particulares de cada aquário. Plantas de fácil propagação vegetativa como a Cabomba, Elodea, Ludwigia ou Higrófila permitem o aproveitamento das partes podadas para novas mudas, pois enraízam-se facilmente. Já plantas como a Valisnéria, Echinodorus, Sagitária ou Cryptocoryne devem ser mantidas enraizadas, podando-se as pontas envelhecidas e retirando-se as folhas velhas.
Por mais bem equilibrado que esteja o aquário, ele jamais atingirá o complexo equilíbrado de nutrientes existente na natureza. Portanto, as plantas aquáticas de seu aquário necessitam receber periodicamente um suprimento de nutrientes para seu desenvolvimento exuberante. Assim sendo suas plantas crescerão fortes e saudáveis.

Conheça Algumas Plantas


Nome comum: Cabomba
Nome científico: Cabomba aquatica
Exigência em luz: Alta
Temperatura da água: 0 - 28 ºC
Altura: Até 40 cm
Uso no aquário: Plantada em grupos no meio ou no fundo. Cresce bastante e pode ser podada. Ideal para desova de várias espécies de peixe.
   


Nome comum: Elodea
Nome científico: Elodea densa
Exigência em luz: Média
Temperatura da água: 0 - 28 ºC
Altura: Até 60 cm ou mais
Uso no aquário: Plantada em grupos no meio ou no fundo. Crescimento rápido, cerca de 10 cm por semana.




  Nome comum: Amazonense
Nome científico: Echinodorus bleheri
Exigência em luz: Média
Temperatura da água: 22 - 28 ºC
Altura: Até 60 cm
Uso no aquário: Possui folhas grandes, sendo ideal para aquários maiores. Produz em média uma folha por semana. As plantas maduras podem contar com até 40 folhas. Exigente em nutrientes.             


Nome comum: Criptocorine
Nome científico: Cryptocoryne sp
Exigência em luz: Baixa
Temperatura da água: 22 - 28 ºC
Altura: 25 cm
Uso no aquário: Plantada em grupos na parte dianteira do aquário. De folhas estreitas e pecíolo longo de cor marrom esverdeado. Adequada para aquários com Ciclídeos.
   

Nome comum: Ludwigia
Nome científico: Ludwigia arcuata
Exigência em luz: Alta
Temperatura da água: 22 - 28 ºC
Altura: Até 40 cm
Uso no aquário: Planta de folhas opostas que pode adquirir coloração avermelhada por abundância de nutrientes. Cresce cerca de 10 cm por mês e deve ser plantada em grupos no meio do aquário
   


Nome comum: Bacopa
Nome científico: Bacopa amplexicaulis
Exigência em luz: Média
Temperatura da água: 0 - 22 ºC
Altura: Até 40 cm
Uso no aquário: Plantada em grupos por todo o aquário. Planta caulescente com finas folhas verticiladas. Quando cresce até a superfície produz pequenas flores azuladas.
   


Nome comum: Valisnéria
Nome científico: Vallisneria gigantea
Exigência em luz: Média
Temperatura da água: 0 - 28 ºC
Altura: Até um metro
Uso no aquário: Planta de folhas longas e resistentes. Adequada para aquários com Ciclídeos. Pouco exigente em nutrientes, cresce muito e deve ser usada na parte posterior do aquário.
  
Nome comum: Sagitária
Nome científico: Sagittaria plathyphyla
Exigência em luz: Média / Alta
Temperatura da água: 22 - 28 ºC
Altura: Até 15 cm
Uso no aquário: Planta com folhas lanceoladas de 3 cm de largura e cerca de 20 cm de comprimento. Plantada em grupos na região anterior e central do aquário, é capaz de fechar o fundo.



Nome comum: Higrófila
Nome científico: Hygrophila polysperma
Exigência em luz: Média
Temperatura da água: 0 - 28 ºC
Altura: 40 a 50 cm
Uso no aquário: Planta caulescente com pequenas folhas ovaladas, de crescimento rápido. Pode ser plantada em qualquer região do aquário.

  

- Plantas Aquáticas

Assim como os peixes, as plantas também precisam de alguns cuidados básicos, afinal tratam-se de seres vivos. As plantas, além de deixarem um aquário muito mais bonito, fazem parte do ambiente aquático auxiliando na "limpeza" da água. 
Para um bom crescimento as plantas necessitam que sejam supridas as suas necessidades. Elas necessitam de luz, nutrientes (macro-nutrientes), elementos traço (micro-nutrientes), e gás carbônico (CO2). O grande problema é que as plantas necessitam destes elementos, em uma determinada proporção, e infelizmente esta proporção varia para cada tipo de planta. Isto explica porque algumas plantas são mais "fáceis" e outras são mais "difíceis". Se estiver faltando algum destes elementos para as plantas provavelmente elas não irão se desenvolver bem, e caso exista algum elemento em excesso, provavelmente ele será utilizado pelas tão temidas algas, que são bem menos exigentes, e são capazes de infestar um aquário rapidamente.



A Importância das Plantas

As plantas aquáticas participam do conjunto do aquário com funções muito importantes:
1) São elementos fundamentais para uma decoração equilibrada e exuberante. Assim como os peixes, as plantas são acompanhadas e admiradas pelos aquariófilos;
2) Junto com outros elementos como o substrato de fundo, pedras e troncos, as plantas ajudam a tornar mais próximo do natural o ambiente aquático que criamos, proporcionando tranquilidade e bem estar aos peixes;
3) São fundamentais para manutenção do equilíbrio biológico, pois, para suprir suas necessidades, as plantas absorvem alguns elementos que são contaminantes da água, como é o caso do nitrato.


ILUMINAÇÃO
A iluminação é essencial para a realização da fotossíntese, pois é a fonte de energia para que as plantas possam transformar os outros elementos em alimento. A qualidade da luz é mais importante que a duração. As plantas preferem luz do espectro azul e vermelho, mas se o aquário ficar "feio" de ser observado, então devemos dar preferência às lâmpadas de espectro total.
O ideal é ter cerca de 0,5 a 1 watt/litro de água, considerando-se que quanto mais fundo o aquário, maior será a potência necessária, evite aquários com mais de 60 cm. de altura, pois além de necessitar de uma iluminação melhor, e mais cara, a manutenção fica mais difícil(considere o tamanho do seu braço). O período de iluminação ideal varia de 10 a 12 horas diárias, pois a maioria das plantas encontram-se naturalmente em áreas tropicais, e é esta a duração aproximada do dia nestas regiões.
É muito importante não se esquecer do equilíbrio(proporção) dos elementos. Se você tiver muita luz, e poucos nutrientes e CO2, você estará desperdiçando energia luminosa, que provavelmente será aproveitada pelas algas.


CO2
Como todas as plantas, as aquáticas também respiram gás carbônico, e expelem oxigênio. Sem a quantidade(proporção) certa de CO2 , as plantas não poderão realizar a fotossíntese.
Todo aquário contém uma certa quantia de CO2 , seja pela respiração dos peixes, seja pelo contato com o ar. Porém esta quantia é muito pequena, cerca de 1 a 3 ppm, sendo que para um crescimento exuberante com florescência, a maioria das plantas necessita de cerca de 10 a 20 ppm, e é impossível de se conseguir estes valores sem a introdução artificial de CO2 .
Muitas pessoas dizem que o CO2 ajuda a evitar algas, na verdade o CO2 faz com que as plantas consumam mais luz e nutrientes, competindo com as algas.


NUTRIENTES
Os macro-nutrientes, ou simplesmente nutrientes, são os elementos que as plantas(todas) necessitam em maior quantidade. São eles: nitrogênio(N), fosfato(P), e potássio(K). Felizmente a ração e os dejetos dos peixes fornecem a maioria destes nutrientes, na forma de amônia, nitratos, e fosfatos. Daí a importância das plantas na limpeza da água. O excesso de alimentação dos peixes, pode gerar excesso destes nutrientes, intoxicando água, ou resultando em infestações de algas.
Estes nutrientes também podem ser inseridos no aquário através de fertilizantes específicos para plantas aquáticas (não use fertilizantes para plantas comuns, as dosagens são muito elevadas), caso tenha poucos ou nenhum peixe.


ELEMENTOS TRAÇO
Os elementos traço, são outros nutrientes usados em quantidades muito pequenas pelas plantas, também são conhecidos como micro-nutrientes. Porém, mesmo sendo usado em quantidades pequenas, são limitantes no crescimento das plantas. E sua ausência pode até mesmo matá-las.
Os mais importantes são magnésio, ferro, cálcio, boro e outros. A maioria destes nutrientes é provida pela água de torneira, por isso é muito importante a realização de trocas parciais. A maioria dos aquaristas recomendam uma troca de 25% da água a cada duas semanas, mas novamente temos que pensar no equilíbrio bioquímico (as proporções), ou seja, quanto mais variadas as plantas que tivermos, e quanto mais dos outros elementos adicionarmos ao aquário, mais trocas teremos que fazer. Existem relatos de aquaristas que trocam 15% a cada 3 semanas e têm belas plantas, porém plantas "fáceis". Mas por outro lado conheço um aquarista que troca 20% toda semana, e se ele não fizer as trocas é visível a redução do desenvolvimento das plantas.O ferro(Fe++) é um dos elementos traço mais importantes, mas a forma existente na água da torneira, rapidamente oxida ficando impossível a sua utilização pelas plantas. Sendo então importante a sua adição através de fertilizantes específicos, encontrados nas (boas) lojas de aquários. Mas cuidado pois o excesso de ferro pode ser prejudicial às plantas, e também é um bom estimulador de algas.
Os micro-nutrientes são necessários em quantidades muito pequenas, e qualquer excesso pode ser tóxico para peixes e plantas.


SUBSTRATO
O substrato é o "piso" do aquário, a sua espessura vai variar conforme o tipo de plantas que você for ter. Algumas plantas possuem grandes raízes, obviamente necessitam de um substrato mais espesso. Enquanto que outras, nem possuem raízes, sendo apenas afixadas por pedras ou troncos, ou permanecem flutuando.
O substrato também é uma importante fonte de nutrientes para as plantas que possuem raízes. Podendo ser preparado com aditivos como laterita, ou fertilizantes específicos para plantas aquáticas. Deve-se tomar cuidado quanto à granulometria, pois grãos muito finos ficarão compactados, impedindo a respiração das raízes. E grãos muito grandes são muito pesados impedindo o bom desenvolvimento das raízes. O ideal é misturar grãos de 2 a 3 mm de diâmetro, com grãos mais finos de 1 a 2 mm.

OBSERVAÇÕES
Algumas plantas podem armazenar nutrientes, de modo que ao colocá-las no aquário elas podem apresentar um excelente desenvolvimento por cerca de um mês, mas se não for suprida a necessidade de nutrientes provavelmente ela vai perder folhas, e se não forem mantidas as condições mínimas, certamente irá morrer. Mas ela pode se adaptar, crescendo lentamente, sem deixar de ser bonita.
Assim como os animais competem por alimento, as plantas competem por nutrientes. Em aquários com poucos nutrientes (entenda agora como nutrientes todo o equilíbrio bioquímico: CO2 + Nutrientes + elementos traço + energia luminosa), será difícil manter diversas espécies de plantas, pois elas irão competir entre si. Mas não desanime, plantas pouco exigentes podem ser mantidas juntas sem ter que gastar muito. Em aquários "high-tech" é possível manter uma variedade enorme de plantas, porém você terá que gastar mais com nutrientes, iluminação, CO2.
Lembre-se: as plantas são seres vivos, brotam, crescem e morrem, não se desespere quando uma planta morrer. Afinal a morte faz parte da vida.